23.6.05

Tipo quê?

Um dos traços da nossa mocidade portuguesa actual, tambem conhecida como geração Pokémon, putos que devem ter por esta altura 14/15 anos, são as frases feitas e expressões que usam a toda a hora. A previsibilidade desta geração é maracada pelo uso de expressões como "ah e tal não" ou entao "a sério..." ou ainda mais irritante "tipo...".
A expressão "tipo" que é usada pelo menos uma vez a cada duas palavras ditas nos casos mais graves, é de origem desconhecida e não se conhece também o que significa ao certo. Ela é usada insistentemente por esta geração e tem como função substituir o "hhhuuuummmmm..." de quem está a pensar na próxima frase que vai dizer. Por isso é frequente passarmos numa escola de 3º ciclo e vermos as "pitas" (femenino de puto, nada de fazer confusões) de 14 anos do social, vestidas de cor de rosa e com umas argolas de arame nas orelhas que chegam até aos ombros a manterem uma conversa cujo conteudo é ocupado por cerca de 80% pela palvra "tipo". Estudos recentes efectuados em especímes que sofrem da doença "tipo" no seu ultimo grau, revelam que o uso do "tipo" é directamente porporcional ao estatuto social do individuo e ao tamanho dos brincos usados, ou seja, uma rapariga que diga "tipo" a cada 10 palavras deverá ter um rendimento familiar mensal entre os 2000 e os 5000 € e umas argolas com um diametro de 5 cm, num caso mais extremo em que a palavra "tipo" surja a cada 3 palavras, então o individuo em causa terá um rendimento familiar mensal superior a 10000€ e no caso das raparigas, deverá ter umas argolas de arame que batem nos ombros.
O mais preocupante da invasão do "tipo" é a possibilidade de se manter para lá da puberdade e acompanhar o individuo que o diz durante a sua vida adulta. Assim corremos o risco de daqui a 30 anos termos esta geração a governar o país e eu já estou a imaginar num debate tipo na assembleia da republica tipo para discutir tipo o orçamento de estado tipo do ano 2035 tipo uma deputada tipo do CDS-PP tipo discursar e dizer tipo: "tipo, este orçamento sr. tipo primeiro ministro, tipo é inaceitavel, tipo na sua forma, tipo e conteudo".
Pais de Portugal, levem os vossos filhos a um psicologo e a um terapeuta da fala imediatamente se não querem ver o vosso país mudar de nome para "Tipo-Portugal", o vosso hino ser "Heróis tipo-do-mar, tipo nobre povo, tipo valente e imortal..." e viverem em cidades "Tipo-Porto" ou "Tipo-Santa-Marta-Tipo-de-Penagião".

11.6.05

Dinastia do Bigode

1000 anos de desenvolvimento social, económico e cultural (???) culminaram no maior simbolo do patriotismo português: o bigode. Bigode - s. m., parte da barba que se deixou crescer sobre o lábio superior. Como instrumento de utilidade diária, o bigode tem duas funções principais: no inverno dá calor e no verão dá sombra, alem das aplicações sazonais do belo do bigode português, este apendice é também um sinal exterior de virilidade do puro macho lusitano e quanto maior a bigodaça mais víril é o animal que o transporta (nesta porporcionalidade directa assistimos á apetência natural inata ao português para as matemáticas). Não se sabe quem foi o primeiro autor desta herança cultural mas sabe-se que se perde nos tempos o uso da bela farfalha a tapar o lábio superior, julga-se que já no tempo de D. Afonso Henriques, sua mãe D. Teresa, era pussuidora do belo do buço labial á moda galega. Mil anos antes, um outro português, Jesus Cristo (pobre, fugido do estado, sem abrigo, teenager inconsciente e viciado em vinho tinto, há duvida que era tuga?) tambem usava a sua bela bigodaça acompanhada da sua barba estilo hippie decáda de 60, iniciou a verdadeira revolução religiosa. E isto sim, é uma novidade que ainda ninguem reparou, o bigode está sempre presente nos grandes momentos da humanidade. Mais importante ainda, o bigode mais que um fenomeno cultural é o fenómeno mais democrático que há memória, senão vejamos, para além do português do povo, o verdadeiro impulsionador desta cultura, temos outros adeptos lusos famosos do bigode, entre eles: Vasco da Gama, Artur Jorge (esse traidor que trocou o farfalho pelo imperialismo da gilete), a selecção de futebol das décadas de 70 e 80, os capitães de Abril e o não menos famoso D. Duarte Pio.
Mas com a chegada da globalização assiste-se actualmente ao declinio do bigode, de tal modo que Portugal já chegou ao ponto de ter que importar bigode do estrangeiro (p.e. Filipe Scolari) para manter a taxa nacional de uso de bigode.

Português sim, mas com bigode.